Entrevistas de emprego - desabafo!

Bom dia, boa tarde ou boa noite. Que amável que eu estou. Talvez porque a raiva me tenha passado um pouco -  e por isso resolvi escrever-vos agora - mais calma. Se tivesse escrito este post ontem, acreditem, era a mulher furacão a falar-vos. 

Para variar, ontem lá fui eu passar por mais uma entrevista de emprego. Como eu odeio essas entrevistas. Que ódio que eu tenho de quem inventou isso. Não sei como se passa as entrevista de emprego em outros países, mas aqui na França.... Para mim é pura tortura. 

Já passei por algumas entrevistas, e no final sempre o mesmo desfecho. No meio das entrevistas - não me perguntem como – parece que procuram questões para que tu não fiques com o emprego. E fazem. Tudo é preparado ao pormenor. 

Algumas empresas nem sei porque se dão ao trabalho de procurar pessoas. Acho que é só para eles ver uns otários a enviar currículos e ver a cara de parvos dos entrevistados. No final, escolhem um ou dois candidatos e o que acontece? 1 mês depois tem contrato definitivo, mais 1 mês e essa pessoa já dá problemas... Não era o emprego que desejava, só fez pelo dinheiro, ou porque tinha vantagens. Quem se deu mal? O parvalhão do patrão, porque fez a má escolha. Acreditem é bem recorrente fazerem isso. Pelo menos nesta cidade.

Ou meterem baixas a torto e a direito apenas porque não querem trabalhar. Não estou a exagerar, conheço de perto um caso assim. E a empresa não a quer mandar embora, porque não acha justo ter de lhe pagar os direitos – pois sabe que é farsa da pessoa. 

A verdade é que ela ou ele conseguiu. Parabéns para eles, que azar para os outros. O que me deixou mais enervada, não é o fato de não ser escolhida (pois ainda nem sei o resultado de mais uma ida à entrevista) 

Mesmo para limpezas é necessário entrevista de emprego? Jura? Não sei nos outros países, mas quando vim para França, o segundo ou terceiro "emprego"  que tive foi andar nas vindimas. Sim apanhar uvas. Meu Deus, que trabalho mais complicado. Mas fiz a linha durona, não desisti e fiz as semanas que me competiam.

Enquanto, algumas pessoas, ditas experientes, puseram-se na alheta no fim da primeira manhã. 

É um trabalho que podes dizer sentir dor. Nas costas sobretudo. Ou se fores desastrada como eu, chegas ao fim com muitos cortes na mão. Sim eu cortei-me todos os dias, mas no último dia foi o pior corte. Estávamos a ver que tínhamos de ir ao hospital porque não parava de sangrar. Quando finalmente consegui estancar o sangue (muito tempo depois) vi que quase tinha cortado o dedo. (risos) Sim, poderei dizer: 

-Espelho meu, espelho meu, haverá pessoa mais desastrada que eu? 

-Certamente não! 

Mas porque eu contei este episódio de vindimas? Para dizer que até para isso, desde o ano passado, é necessário enviar currículo e ir a entrevista de emprego. Pode uma coisa destas? Vai perguntar o que?  Só precisamos cortar as uvas, de preferência todas, por no balde, o homem passa, tu despejas o balde e por ai vai. Ah e ser despachada... Coisa que quem vai de primeira nunca irá fazer. A primeira vez, que no caso poderá ser 2 semanas, custa e muito. Não estas habituado a fazer aquele tipo de trabalho. 

Mas passando à frente, que também não estou aqui para falar disso. Não foi isso que me irritou ONTEM.  

Estava eu no meio da entrevista de emprego – para cuidar de idosos – quando aquele homem CHATO PARA CACETE!!!! Saiu-se-me com a pérola: 

• O que é para você a velhice? 

Oi? É sério que eu ouvi isto? Isto é o tipo de perguntas que eu tenho de lidar? Pequeno à parte, esta pergunta veio depois de uma enxurrada delas. E de ele discordar com uma das minhas resposta. Sendo que para isso não existe o certo nem o errado. Apenas opiniões. Se não me engano era sobre o porque de eu querer cuidar de idosos. Pode isto? 

Ah, outra perolazinha do senhor foi. Imagine que chega a casa de um(a) idoso e ele está sujo (cagado mesmo) o que eu faria? Juro que a minha vontade era perguntar se eu tinha cara de quem fosse um E.T. e não soubesse o que era uma fralda suja. Primeiro iria se sentir mal chegasse. Acreditam que tive de fazer a linha de idiota, burra mesmo e explicar o passo a passo?  

Sim, dizer, que tinha de tirar a fralda, limpa-lo, seca-lo e colocar uma fralda nova. E depois a cama. Acreditem pareciam que estavam a fazer-me de burra. Eu tinha dito que já tinha dado banho a idosos. Sim, podem imaginar, o que perguntaram.... Passo a passo. 

Tudo isto para que? Vim aqui partilhar esta coisa, apenas para vos perguntar uma coisa. Sou eu que estou louca e já não sei o que fazer com a procura de empregos- e vejo parvoíce em tudo - ou vocês também acham que este tipo se passou de vez? No que toca a algumas questões. 

Bem pelo menos não fez o que alguns já me fizeram. As respostas no currículo e eles fazem as mesmas perguntas. A melhor delas foi perguntar onde morava, e sabem onde estava a resposta? Nas primeiras linhas a letras bem gigantescas. 

Outra foi ter enviado currículos para outra cidade - que podia perfeitamente apanhar o comboio – e era para eu ficar na casa deles (cuidar de crianças) e recusaram sabem porque? Porque não tinha carro, e era de outra cidade. (cidade quase apegada mesmo, 30m-1h de comboio) Mas era para ficar na casa deles, logo qual o erro? 

Sendo que as crianças eram bebés, para sair, brincar com elas não precisava de carro. E o carro e carta de condução, não era uma exigência. Depois de alguns nãos nesse campo, o meu conselheiro acha que andam a fazer racismo. No inicio queria acreditar que não. Mas ultimamente, a sensação que tenho mal entro num escritório, seja para que tipo de emprego for, já sei que vem não daquelas bocas. 

Até porque quando é por telefone, quando te ligam é certo o emprego (segundo pessoas entendidas nisso) e 5 minutos depois... vem com respostas hilarias. Ou porque procuram pessoas apenas daquela cidade, ou porque não tenho carro, ou não tenho diploma para ser baby-sitters, ou o raio que os parta! A melhor foi dizerem-me que a experiência que tenho com crianças citada no currículo não é considera como válida.

O que deixou chocados os conselheiros do centro de emprego e pessoas experientes em currículos. Sobretudo porque tudo o que eu tenho no currículo é verdade. Talvez o meu erro seja esse. Se eu fosse uma aldrabona-nata teria todos os emprego que eu quisesse. 

Sou eu que vejo coisas onde elas não existem, ou estou com uma TPM desgraçada e vejo tudo sombrio? Sim, porque já tentei outras opções, já que o emprego custa a vir. E sim foi-me recusada. Por vezes a minha vontade é mudar de nacionalidade, para uma – que é melhor nem falar qual – que tem logo tudo de mãos beijadas.  

Tem logo tudo o que querem e algo mais. Já eu, sou eu, e tenho de ouvir não 1.000.000 de vezes. Mesmo quando eu queria criar o meu próprio emprego – que tenho direito – e recusam-me isso. Até estava a fazer um favor, além de eu sair do vermelho, iria tirar pessoas da fossa também. Mas como sempre, eu sou eu. Com sorte de cu!